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Intrusão: avaliando as ameaças

Publicado: 13 de fevereiro de 2009 Categoria: Notícias do sector

As perspectivas do intruso e do proprietário de uma vivenda

Intrusão: avaliando as ameaças

As ameaças vistas pela perspectivado intruso

Uma vivenda que não apresente sinais exteriores de preocupações com a segurança significa das duas uma: ou não tem nada que valha a pena roubar ou tem os proprietários inconscientes do perigo que correm...

Ora os sinais interiores de riqueza reflectem-se na construção, decoração e localização da vivenda. As viaturas e os hábitos dos proprietários completam a informação para a avaliação do custo da oportunidade de um eventual assalto.

Quem arrisca um assalto e está consciente dos seus actos, faz a sua própria avaliação das ameaças que pode vir a encontrar, para aferir se a iniciativa vale ou não o risco. O que pode dissuadir o intruso da sua tentação, são os obstáculos que se lhe apresentam e que podem comprometer o sucesso caso da iniciativa.

A casa tem alarme? Está muito tempo desocupada? Está iluminada? Tem cão? Tem grades? Está isolada ou tem vizinhos distantes? É fácil fugir em caso de ser detectada a intrusão?

Estas são algumas das perguntas que um intruso se coloca quando “estuda” o local antes de decidir tomar qualquer iniciativa.

As ameaças vistas pela perspectivado proprietário

São várias as atitudes dos proprietários das vivendas relativamente à avaliação das ameaças aos seus bens e agregado familiar: Existem os despreocupados, os inconscientes, os maníacos e também os equilibrados.

O que nos interessa analisar são os proprietários equilibrados, já que poucas são as hipóteses de alterar a opinião dos despreocupados e dos inscientes, a não ser depois de um susto ou de uma confrontação de um acto de roubo e/ou vandalismo consumado. A avaliação do risco próprio deve ser feito tendo em conta o valor dos bens que tenham valor comercial, ou seja, que sejam facilmente vendáveis, não devendo ser tidos em conta os bens com valor exclusivamente sentimental.

Detecção perimétrica exterior

Por outro lado, devemos ter em conta que um intruso rouba mais ou menos objectos consoante os meios de fuga que tenha à disposição e o tempo que dispõe para realizar o roubo. Portanto, uma coisa é certa: temos de dispor de meios electrónicos de detecção precoce que dissuadam qualquer intruso de prosseguir os seus intuitos. A protecção perimétrica da casa deve ser a 1ª barreira a qualquer tentativa de intrusão. São vários os equipamentos electrónicos especialmente desenvolvidos para este efeito, mas se o investimento numa segurança perimétrica completa não se justificar, então devem pelo menos ser aplicados detectores ou barreiras nos “pontos fracos” do acesso ao interior da propriedade, por forma a diminuir a probabilidade de intrusão por esses locais.

Iluminação de segurança

A iluminação de segurança é outra das barreiras dissuasoras, devendo existir no mínimo dois circuitos: um circuito de iluminação crepuscular (assim que escurece acende) e outro associado a detectores de movimento exterior (independentes do sistema de segurança). Qualquer intruso que se veja iluminado ao se aproximar da habitação hesitará em prosseguir ou se o fizer estará muito mais inseguro e predisposto a fugir.

Circuito fechado de TV (CFTV) exterior

Um circuito fechado de TV (CFTV) exterior é sem dúvida uma solução electrónica a ter em conta, mesmo que seja simplificada, isto porque proporciona dois grandes recursos: o 1º é o efeito dissuasor, pois nenhum intruso fica indiferente, frente a uma câmara e caso ainda não tenha roubado nada, o mais provável é que já o não faça, pois julga-se “apanhado” pela câmara. O 2º recurso é a reconstituição de eventuais ocorrências no exterior, que provoquem o disparo do alarme. As imagens gravadas permitem confirmar o que terá provocado o alarme e até que ponto se tratou de um “falso” alarme.

Já existem sistemas sofisticados de CFTV que analisam as imagens e a partir de barreiras virtuais pré-definidas podem desencadear alarmes e reportar automaticamente as imagens das ocorrências para telemóveis, PDA’s, mails ou centrais receptoras de alarme. A questão é que o seu custo pode não se justificar quando avaliado e ponderado o risco.

Detecção perimétrica interior

Quando chegamos à casa propriamente dita, temos de criar outra barreira electrónica às entradas possíveis: portas e janelas. Contactos magnéticos e detectores quebra de vidro são os mais utilizados. Estes periféricos e os sistemas de protecção perimétrica exterior podem e devem ser activados quando os proprietários se vão deitar, por forma a se protegerem de uma tentativa de intrusão, que poria em perigo não só os seus bens mas sobretudo o próprio agregado familiar.

Segurança electrónica interior

Dentro de casa devem existir detectores de movimento, prioritariamente nas zonas de circulação (corredores e halls) e nas divisões onde existem mais valores. Estes detectores serão activados juntamente com os restantes quando não se encontra ninguém em casa.

Pontualmente devem ser reforçados determinados recursos da habitação, como o cofre, o armário do escritório, quadros ou determinados objectos de valor, por forma a criar ainda outra barreira a quem possa fazer alguma tentativa de roubo (eventualmente até um roubo interno). Estes pontos podem estar 24 horas activos e podem fazer disparar o alarme mesmo que este esteja desligado.

Botões de emergência devem estar estrategicamente distribuídos pela casa por forma a permitirem uma reacção imediata e dissuasora em caso de algum membro do agregado familiar ser confrontado com um intruso fora ou dentro de casa.

Uma ou mais sirenes interiores são fundamentais para alarmar não só os vizinhos como também os próprios ladrões, funcionando como um meio dissuasor pré e pós alarme.

Alarmes técnicos

A detecção de uma eventual fuga de gás pode salvar a vida de um ou mais elementos do agregado familiar, pelo que o valor desta medida torna-a imprescindível. O corte automático do gás pode ser assegurado pela central de alarme, fazendo activar uma electrovalvula de gás.

A detecção de incêndio é outra das medidas que deve ser tomada em linha e conta, especialmente se existirem lareiras ou equipamentos de aquecimento central/ ar condicionado.

A detecção de inundação é outra das medidas que justifica considerar numa vivenda. O corte automático da água pode ser assegurado também pela central de alarme, fazendo accionar uma electrovalvula de água.

Reporte automático dos alarmes

Só o reporte automático dos alarmes para números de telefone pré-determinados da confiança do agregado familiar garante uma reacção a qualquer ocorrência, pelo que é fundamental que o alarme esteja ligado a um meio de comunicação, de preferência GSM. Se o alarme estiver ligado a uma linha ADSL, pode sempre ter uma comunicador GSM em alternativa, ou seja, caso a linha seja cortada, o comunicador GSM não dei¬xará de reportar qualquer ocorrência.


Conclusão

Quanto é que pode custar não ter um alarme?

Quanto pode custar não ter um detector de gás numa habitação?

Quanto poderá custar não ser avisado em caso de surgir uma situação de aflição em casa?

A segurança passou a fazer parte dos níveis de conforto de qualquer habitação mas especialmente imprescindível no caso das vivendas.

Mesmo quem não goste de viver com sistemas electrónicos de protecção, deve assumi-los como um “mal” necessário pois são eles que podem fazer a diferença numa situação de risco e até salvar uma vida, em caso de uma ameaça séria (seja alarme técnico ou intrusão violenta).

O proprietário equilibrado terá com certeza em conta os aspectos aqui descritos e procurará adequar os meios electrónicos aplicados à avaliação de risco que tenha feito dos seus bens e do bem estar do seu agregado familiar.

A vida é feita de imprevistos e no que toca à segurança de bens e pessoas, é regra de ouro o ditado popular: “Mais vale prevenir do que remediar”...

Artigo adaptado do livro técnico do mesmo autor “A Inteligência que se instala”, edita¬ do pela Ordem dos Engenheiros.

Alexandre Chamusca - Eng. Electrotécnico, Ramo Telecomunicações e Electrónica, IST