A luz ou a luz visível como é caracterizada na física, é uma forma de energia radiante. É o agente físico que, actuando nos órgãos visuais, produz a sensação da visão. Saiba mais sobre a luz neste artigo técnico e não se esqueça de nos dar o seu comentário sobre ele.

Energia radiante é aquela que se propaga na forma de ondas electromagnéticas, dentre as quais se pode destacar as ondas de rádio, TV, microondas, raios X, raios gama, radar, raios infravermelhos, radiação ultravioleta e luz visível.
Uma das características das ondas electromagnéticas é a sua velocidade de propagação, que no vácuo tem o valor de aproximadamente 300 mil km por segundo, ou seja:
A luz visível tem como característica a sua freqüência que vai da faixa de (vermelho) até
(violeta). Esta faixa é a de maior emissão do Sol, por isso, os órgãos visuais dos os seres vivos estão adaptados a ela, e não podem ver além desta, como por exemplo, a radiação ultravioleta e infravermelha.
Divisões da Óptica
Óptica Física: estuda os fenómenos ópticos que exigem uma teoria sobre a natureza das ondas electromagnéticas.
Óptica Geométrica: estuda os fenómenos ópticos em que apresentam interesse as trajectórias seguidas pela luz. Fundamenta-se na noção de raio de luz e nas leis que regulamentam o seu comportamento.
Conceitos básicos
Raios de luz
São a representação geométrica da trajectória da luz, indicando sua direcção e o sentido da sua propagação. Por exemplo, numa fonte puntiforme são emitidos infinitos raios de luz, embora apenas alguns deles cheguem ao observador.
Representa-se um raio de luz por um segmento de recta orientado no sentido da propagação.
Feixe de luz
É um conjunto de infinitos raios de luz. Um feixe luminoso pode ser:
Fontes de luz
Tudo o que pode ser detectado pelos olhos e por outros instrumentos de fixação de imagens como câmaras fotográficas, pode definir-se como sendo luz de corpos luminosos que é reflctida de forma difusa pelos corpos que nos cercam.
Fonte de luz é todo o corpo emissor de luz, podendo ser fontes primárias ou secundárias.
- Fontes primárias: Também chamadas de corpos luminosos, são corpos que emitem luz própria, como por exemplo, o Sol, as estrelas, a chama de uma vela, uma lâmpada acesa, etc.
- Fontes secundárias: Também chamadas de corpos iluminados, são os corpos que enviam a luz que recebem de outras fontes, como por exemplo, a Lua, os planetas, as nuvens, os objectos visíveis que não têm luz própria.
Quanto às suas dimensões, uma fonte pode ser classificada como:
- Pontual ou puntiforme: uma fonte sem dimensões consideráveis que emite infinitos raios de luz.
- Extensa: uma fonte com dimensões consideráveis em relação ao ambiente.
Meios de propagação da luz
Os diferentes meios materiais comportam-se de forma diferente ao serem atravessados pelos raios de luz, por isso , são classificados de forma diferente. Em concreto:
Meio transparente
É um meio óptico que permite a propagação regular da luz, ou seja, o observador vê um objecto com nitidez através do meio. Exemplos: ar, vidro comum, papel celofane, etc.
Meio translúcido
É um meio óptico que permite apenas uma propagação irregular da luz, ou seja, o observador vê o objecto através do meio, mas sem nitidez.
Meio opaco
É um meio óptico que não permite que a luz se propague, ou seja, não é possivel ver um objecto através do meio.
Fenómenos ópticos
Reflexão regular
A luz que incide na superfície e retorna ao mesmo meio, regularmente, ou seja, os raios incidentes e reflectidos são paralelos. Ocorre em superfícies metálicas bem polidas, como espelhos.
Reflexão difusa
A luz que incide sobre a superfície volta ao mesmo meio, de forma irregular, ou seja, os raios incidentes são paralelos, mas os reflectidos são irregulares. Ocorre em superfícies rugosas e é responsável pela visibilidade dos objectos.
Refração
A luz incide e atravessa a superfície, continuando a propagar-se noutro meio. Ambos os raios (incidentes e refractados) são paralelos, no entanto, os raios refractados seguem uma trajectória inclinada em relação aos incididos. Ocorre quando a superfície separa dois meios transparentes.
Absorção
A luz incide na superfície, no entanto, não é reflectida e nem refractada, sendo absorvida pelo corpo e aquecendo-o. Ocorre em corpos de superfície escura.
Princípio da independência dos raios de luz
Quando os raios de luz se cruzam, estes seguem independentemente, cada um a sua trajectória.
Princípio da propagação rectilínea da luz
Todo o raio de luz percorre trajectórias rectilíneas em meios transparentes e homogéneos.
Um meio homogéneo é aquele que apresenta as mesmas características em todos os elementos de volume.
Um meio isótropo, ou isotrópico, é aquele em que a velocidade de propagação da luz e as demais propriedades ópticas não são dependentes da direcção em que é realizada a medida.
Um meio ordinário é aquele que é, ao mesmo tempo, transparente, homogéneo e isótropo, como por exemplo, o vácuo.
Sombra e penúmbra
Quando um corpo opaco é colocado entre uma fonte de luz e um anteparo é possível delimitar regiões de sombra e penúmbra. A sombra é a região do espaço que não recebe luz directa da fonte. Penúmbra é a região do espaço que recebe apenas parte da luz directa da fonte, sendo encontrada apenas quando o corpo opaco é posto sob influência de uma fonte extensa. Ou seja:
- Fonte de luz puntiforme
- Fonte de luz extensa
Câmara escura de orifício
Uma câmara escura de orifício consiste num equipamento formado por uma caixa de paredes totalmente opacas, sendo que no meio de uma das faces existe um pequeno orifício.
Ao colocar-se um objecto de tamanho o, de frente para o orifício, a uma distância p, nota-se que uma imagem reflectida, de tamanho i, aparece na face oposta da caixa, a uma distância p', mas de foma invertida. Conforme ilustra a figura:
Desta forma, a partir de uma semelhança geométrica pode expressar-se a seguinta equação:
Sendo esta conhecida como a Equação da câmara escura.
Tipos de reflexão e refracção
Reflexão é o fenómeno que consiste no facto de a luz voltar a propagar-se no meio de origem, após incidir sobre uma superfície de separação entre dois meios.
Refracção é o fenómeno que consiste no facto da luz passar de um meio para outro meio diferente.
Durente uma reflexão são conservadas a frequência e a velocidade de propagação, enquanto durante a refracção, apenas a frequência é mantida constante.
Reflexão e refracção regular
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície totalmente lisa, ou tranquila, desta forma, os feixes refletidos e refratados também serão cilíndricos, logo os raios de luz serão paralelos entre si.
Reflexão e refracção difusa
Acontece quando, por exemplo, um feixe cilíndrico de luz atinge uma superfície rugosa, ou agitada, fazendo com que os raios de luz refletidos e refratados tenham direção aleatória por todo o espaço.
Reflexão e refracção seletiva
A luz branca que recebemos do sol, ou de lâmpadas fluorescentes, por exemplo, é policromática, ou seja, é formada por mais de uma luz monocromática, no caso do sol, as sete do arco-íris: vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta.
Sendo assim, um objecto ao ser iluminado por luz branca "selecciona" no espectro solar as cores que vemos e as reflectem de forma difusa, sendo assim, vistas por nós.
Se um corpo é visto branco, é porque ele reflecte todas as cores do espectro solar.
Se um corpo é visto vermelho, por exemplo, ele absorve todas as outras cores do espectro, reflectindo apenas o vermelho.
Se um corpo é "visto" negro, é por que ele absorve todas as cores do espectro solar.
Chama-se filtro de luz à peça, normalmente acrílica, que deixa passar apenas um das cores do espectro solar, ou seja, um filtro vermelho, faz com que a única cor refractada de forma selectiva seja a vermelha.
É muito comum o uso de filtros de luz na astronomia para observar estrelas, já que estas apresentam diferentes cores, conforme a sua temperatura e distância da Terra, principalmente.
Ponto imagem e ponto objecto
Chama-se ponto objecto, relativamente a um sistema óptico, o vértice do feixe de luz que incide sobre um objecto ou uma superfície, sendo dividido em três tipos principais:
- Ponto objecto real (POR): é o vértice de um feixe de luz divergente, sendo formado pelo cruzamento efectivo dos raios de luz.
- Ponto objecto virtual (POV): é o vértice de um feixe de luz convergente, sendo formado pelo cruzamento imaginário do prolongamente dos raios de luz.
- Ponto objecto impróprio (POI): é o vértice de um feixe de luz cilíndrico, ou seja, situa-se no infinito.
Chama-se ponto imagem, relativamente a um sistema óptico, o vértice de um feixe de luz emergente, ou seja, após ser incidido.
- Ponto imagem real (PIR): é o vértice de um feixe de luz emergente convergente, sendo formado pelo cruzamento efectivo dos raios de luz.
- Ponto imagem virtual (PIV): é o vértice de um feixe de luz emergente divergente, sendo formado pelo cruzamento imaginário do prolongamento dos raios de luz.
- Ponto imagem impróprio (PII): é o vértice de um feixe de luz emergente cilíndrico, ou seja, situa-se no infinito.